quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A imutabilidade da moral verdadeira e a falência das outras


Há uma moral verdadeira, natural e imutável, e outras falsas, variáveis e oriundas, geralmente, de idéias religiosas erradas e supersticiosas. A moral verdadeira é inata. A criança, à proporção que vai crescendo, já a vai adquirindo automaticamente e de modo até imperceptível. Já a falsa moral é ensinada às crianças, de acordo, quase sempre, com a religião de seus pais.
As religiões não têm culpa dos seus erros, pois a causa deles está no nível atrasado de evolução da humanidade do passado.
Mas com o decorrer dos tempos e com a evolução sempre avançando, esses erros vão caindo num esvaziamento até desaparecerem por completo. Daí muitos pecados ou faltas do passado, hoje são considerados normais.
Dá-se também o nome de moral positiva à falsa moral, no sentido de que ela é adicionada ou somada pelos homens à natural, divina e verdadeira.
A moral natural ou divina é válida para todas as religiões, todos os tempos e para todos os povos. Ela consta do Código de Hamurabi, do Decálogo e dos demais códigos de leis existentes na história da humanidade. Um exemplo de moral natural ou divina é a condenação do homicídio, do incesto, do desrespeito à mulher do próximo, do roubo etc. E eu, particularmente, seguidor da moral evangélico-espírita incluo aqui o aborto provocado. E ainda podemos chamar de objetiva a moral natural ou divina, pois ela é acatada universalmente, o que não acontece com a moral positiva, que ainda poderia ser denominada de moral subjetiva, uma vez que ela é aceita por uns e negada por outros.
Com a evolução acelerada – até parece que ela acompanha a expansão do Universo! –, as questões e costumes, que se apoiam na falsa moral, vão perdendo força e desaparecendo em todo o mundo. As mulheres católicas já não usam mais cobrir a cabeça dentro das igrejas, nem na hora da comunhão. Por um ensino paulino, a mulher não podia falar nada nas igrejas. Hoje, na ausência dos padres, elas pregam e, entre os protestantes e evangélicos, há até pastoras.
O cristianismo e o judaísmo, no futuro, trocarão seu conceito de Deus de vingança, do “dies irae” (dia da raiva divina), pelo de Deus de amor e misericórdia infinitos, portanto, sem condenação e sem o falso inferno de Dante, que nunca existiu entre os grandes teólogos, embora eles sempre se mantenham em silêncio a respeito desse assunto, pois é mais interessante para eles o Zé Povinho achar que é verdadeiro o inferno de Dante, já que o povo medroso fica mais dócil!
O inferno é o contrário dos céus, que é o Reino de Deus e que está dentro de nós mesmos, pontificou o Mestre dos mestres. E, se o Reino de Deus não estiver dentro de nós, é porque o inferno ainda está dentro de nós, ou seja, o baixo nível de evolução da moral verdadeira ainda domina em nós.
Se Deus fosse o que os teólogos do passado, com seus erros e sua falsa moral, imaginaram e incutiram na cabeça das pessoas, Deus não seria o Pai infinitamente perfeito e amoroso de Jesus e de todos nós. Pelo contrário, esse Deus dos teólogos se igualaria, e até mesmo seria inferior ao pai terreno mais perverso, quando na verdade, Deus é amor e nos ama mais do que nós mesmos nos amamos.
Só a moral baseada no Deus verdadeiro permanece, as outras passam!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM, “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com
Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Vigilância e oração


“Ouve, ó Deus, a minha voz na minha oração; guarda a minha vida do temor dos inimigos.
Esconde-me do secreto conselho dos maus e do tumulto dos que praticam a iniqüidade,
Que afiaram as suas línguas como espadas; e armaram por suas flechas palavras amargas”.
(SALMO 64 : 1, 2, 3.)


Deus ouve-nos sempre em nossas orações, entretanto, precisamos saber pedir e o que pedir. Pedir e não exigir; pedir o que possa favorecer o nosso crescimento moral e não o que satisfaça a vaidade pessoal, a ambição, o orgulho. Deus - sabedoria, justiça e bondade infinitas - jamais dará ao homem aquilo que venha a tornar-se um entrave à sua ascensão espiritual.
Deus guarda-nos sempre dos perigos da vida, dos inimigos presentes e ocultos, contudo, faz-se necessário valorizarmos a vida sendo ordeiros e prudentes, não compartilharmos os sentimentos malsãos dos adversários, aprendendo a esquecer ofensas e a perdoar indefinidamente.
Deus nos abriga e protege envolvendo-nos em seu Sagrado Manto, todavia, mister se faz tenhamos ouvidos de ouvir os sábios ensinamentos dos Seus enviados e habilidade de não entreter afinidade com aconselhadores do mal que se comprazem na prática de iniqüidade e usam a maledicência como arma para ferir o próximo.
Sigamos, pois, a orientação de Jesus contida em Mateus, capítulo 26, versículo 4l: “VIGIAI E ORAI’

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com

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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Paulo de Tarso e a juventude


Paulo, o apóstolo dos gentios, foi um dos personagens mais marcantes na história do Cristianismo. Deixou-nos de herança, além de belos exemplos de vida, de conversão e de luta incessante na divulgação da mensagem do Cristo, escritos profundos, nas suas famosas cartas, cujos trechos inspiraram músicas e mensagens mediúnicas.
Uma delas, em especial, a primeira carta aos Coríntios (habitantes de Corinto, na Grécia), no capítulo 6, versículo 12, apresenta uma de suas insignes sentenças: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”.
Nessa singela frase, Paulo apresenta a liberdade de proceder do ser humano, Espírito encarnado e cocriador. Contudo, aponta também as limitações da Lei divina, do convívio com o próximo, onde essa liberdade é cerceada pela questão da conveniência e da oportunidade. Apresenta aí a justificativa perene que nós temos em nossas reflexões, cotidianamente, diante de uma decisão a ser tomada.
Em relação à juventude, essa máxima se reveste de um significado especial. Afinal, no processo de desenvolvimento do Espírito encarnado, é na juventude que ampliamos a nossa autonomia, a nossa possibilidade de exercer a vontade.
Entretanto, ao mesmo tempo, nesse período nos vemos no processo de construção do nosso juízo, representado folcloricamente pelo nascimento dos dentes denominados “cisos”, mas que se trata sim da questão de nos sabermos capazes de algo, mas que ainda assim ele não deve ser feito. Um passo marcante da conquista da maturidade.
Podemos exemplificar essa assertiva de Paulo de Tarso em três dimensões interligadas, aplicadas à vivência da juventude. A do QUERER, a do PODER e a do DEVER. Uma divisão didática de três fases da vida do jovem, no exercício de sua liberdade e na construção de sua responsabilidade, a capacidade de responder por.
O querer é o indicativo da opção. É dentre os diversos caminhos, escolher algo por si só, longe do direcionamento aplicado costumeiramente à criança. Obviamente, nenhuma escolha é totalmente livre nesse contexto e o querer do jovem, diferente da criança, na maioria dos casos não sofre grande influência da família e sim do seu grupo de referência, que pode ser da escola, do esporte ou da prática religiosa, ainda que o jovem acredite decidir apartado de influências.
A dimensão do poder é onde o jovem possui não só a vontade, mas a possibilidade de fazer algo. É o momento onde ele adquire a capacidade de tornar realidade o que ele escolheu, residindo aí os maiores riscos, das escolhas e caminhos errados, onde a inconsequência na busca por loucuras desenfreadas pode afetar seriamente a sua encarnação.
Por fim, a questão do dever é onde o jovem busca a sua consciência e avalia se aquilo que ele quer e pode fazer é realmente pertinente. É o desenvolvimento da capacidade de avaliar situações a si apresentadas e que postura deve adotar. A rebeldia natural da juventude, o desejo de transgressão na busca de afirmação de personalidade interferem nessa questão, inibindo essa capacidade de julgar o certo e o errado, pelo desejo de se fazer o que não se deve, pautado por outras motivações.
Essa sequência de QUERO-DEVO-POSSO é fundamental para a reflexão do Espírito encarnado, para o seu processo evolutivo, em especial no período da juventude, onde aumenta o leque de escolhas e a capacidade de escolher e fazer, ainda que tenha incipiente a noção de julgar o que deve ser feito, ou não. É uma época de diversões, de sensações, de cantos de sereia e bifurcações no caminho, em lutas necessárias, mas que devem nos trazer como dividendos as lições aprendidas.
Errar sem aprender é extremamente danoso... Melhor aprender sem errar.
Por isso, cabe aos pais e educadores trabalhar com os jovens esse processo de construção de sua autonomia de saber o que quer-deve-pode e não aprisioná-los em uma redoma, longe do mundo, privando-o do exercício dessa tríade tão necessária, ainda que às vezes se faça por processos dolorosos.
A lição de Paulo de Tarso de que devemos sopesar a conveniência diante das possibilidades é um farol na nossa caminhada no mundo, e aos jovens, saindo da proteção do núcleo familiar para enfrentar as agruras e alegrias da vida adulta, se apresenta a sentença como basilar, para que saibam estes o que querem, até onde alcançam e se aquela atitude é a que o Cristo espera de nós, relembrando outra importante frase de Paulo, na sua conversão à porta de Damasco, quando pergunta ao Cristo: “Senhor, o que queres que eu faça?”

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)

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sábado, 12 de novembro de 2011

As profecias acontecem em um presente para um futuro incerto


As profecias não são de fatos definitivos, pois, por nosso livre-arbítrio, eles podem ser alterados. Realmente, a profecia é como se fosse uma hipótese, e não uma coisa certa e definitiva. No Novo Testamento, percebe-se um esforço dos autores para adaptarem alguns de seus fatos às profecias do Velho Testamento.
O sincronismo junguiano trata das coisas que acontecem ao mesmo tempo. Por exemplo: dois relógios marcando a mesma hora. Com as profecias ocorre o contrário, pois elas são a visão de fatos por um médium vidente (1 Samuel 9:9), os quais ocorrem em um tempo diferente do momento em que elas são feitas.
Dizendo de outro modo, as profecias são a percepção de acontecimentos que ocorrerão no futuro. Mas elas têm suas causas num tempo presente ou num passado trazido para o presente em que elas são proferidas.
E elas podem não se realizar ou se realizam de modo diferente, pois elas estão sujeitas à chamada lei de causa e efeito, que é uma lei cósmica sagrada, que funciona em consonância com este dito bíblico e universal: colhe-se o que se planta, que consta de todas as escrituras sagradas de todas as religiões. Mas como ensina são Pedro e outros autores bíblicos, uma boa ação encobre multidão de pecados. (1 Pedro 4:8). Esse ensino quer dizer que a prática do
amor ou do bem faz um contrapeso com as nossas faltas que prejudicam o nosso semelhante e, por consequência, também a nós. Num determinado momento, pelas circunstâncias no presente, um médium vidente (1 Samuel 9:9) ou profeta pode ver os efeitos de sofrimento ou de recompensa provenientes dessas circunstâncias do presente. Mas elas poderão ser suavizadas ou até anuladas totalmente, dependendo do comportamento de uma pessoa ou de um povo antes que elas devam acontecer no futuro.
Assim, pois, se o médium ou profeta vir a desdita de uma pessoa ou povo para o futuro, é porque essa pessoa ou povo, naquele momento presente, merece realmente o sofrimento e a dor no futuro. Porém, pode acontecer o contrário, o médium ou profeta, presenciando as boas ações de um indivíduo ou de um povo, é levado a prever um futuro venturoso para tal indivíduo ou tal povo, o qual, porém, pode se modificar também.
Jesus, vendo a perversão dos judeus seus contemporâneos, disse que a rainha de Sabá (do Sul) mais os habitantes de Nínive se levantariam, isto é, se reencarnariam, na época do Juízo Final, e condenariam aquela geração. (Mateus 12:38 a 42; e Lucas 11: 29-32). Mas porque a misericórdia divina não cessa jamais, aquela geração má poderia regenerar-se com boas obras, enquanto não vier o Juízo Final, e mudar, pois, o seu destino. Aliás, a reencarnação é para isso mesmo, e “não há um dia como um depois do outro!”
No livro “Não será em 2012”, da médica e cientista Marlene Nobre e de Geraldo Lemos, é dito que Chico Xavier fala de fatos que lembram o final dos tempos, não para 2012, mas para 2019, com ou sem guerra, dependendo da escolha (livre-arbítrio) da humanidade, mas fala isso de modo comedido e sem determinismo.
E Jesus, que foi o maior profeta que já existiu na Terra, prudente e sabiamente, se recusou a profetizar quando seria o final dos tempos (Mateus 21:27), dizendo que só Deus, o Pai, o sabia!

PS:
Recomendo o livro “Planeta Terra em Transição”, do médium psicofônico Izoldino Resende, pelo Espírito Ismael, Ed. Chico Xavier, Sta Luzia (MG).

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM, “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com
Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Ainda o dinheiro


Nunca demais esclarecer esse ou aquele ponto obscuro, em torno do dinheiro.
Moeda é sempre parcela do esforço ou do suor de alguém. Cansaço que se metalizou para auxiliar ou inquietação que se fez crédito, em louvor do bem coletivo.
Cada pequeno ou grande desgaste da criatura em ação ter-se-á transformado em recurso capaz de colaborar na garantia do corpo social.
Não existe dinheiro desprezível.
Venha de onde vier, pode ser notícia de alguém que tombou na doença ou na morte, a fim de conquistá-lo; sacrifício de irmãos fatigados que o obtiveram à custa da fadiga e de lágrimas; fruto de renúncia e pranto de irmãos em desespero ou idéia materializada de amigos que esfoguearam a própria cabeça, buscando atraí-lo para ganhar o pão.
Dinheiro é trabalho concretizado a dissolver-se em aquisições e realizações, apoio humano, prestação de serviço, auxílio e dádiva.
Moeda pode converter-se em prato que alimenta, remédio que alivia, livro que instrui, teto que protege e força que recompõe.
Dinheiro é sangue do organismo social que não se deve afastar da circulação, sob pena de gerar anemia do progresso e a penúria comunitária.
Por isso mesmo, cabe-nos manejá-lo, quando na Terra, com reverência e altruísmo, sem abusar dele para qualquer atividade deprimente que resgataremos, em qualquer tempo, na lei de causa e efeito, porque o dinheiro em si é suor da criatura humana e bênção de Deus.

Referência Bibliográfica:
XAVIER, Francisco C. / Espírito Emmanuel. Inspiração. São Bernardo do Campo, SP: GEEM (Grupo Espírita Emmanuel), 1978. p.60-62.

Carlos G. Steigleder
carlossteigleder@ig.com.br

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