segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Estudando a série de André Luiz


Conduta Espírita / André Luiz / (Parte 20)

Damos prosseguimento ao estudo sequencial do livro Conduta Espírita, obra de autoria de André Luiz, psicografada pelo médium Waldo Vieira e publicada em 1960 pela Federação Espírita Brasileira.
Questões preliminares 

A. Para termos um sono tranquilo, qual a recomendação de André Luiz?

Devemos prepará-lo por meio da consciência pacificada nas boas obras, acendendo a luz da oração, antes de nos entregarmos ao repouso normal. A inércia do corpo – lembra-nos André Luiz – não é calma para o Espírito aprisionado à tensão. (Conduta Espírita, cap. 30.)

B. A respeito dos sonhos, que atitude tomar?

É preciso encará-los com naturalidade, sem nos preocuparmos aflitivamente com quaisquer fatos ou ideias que se reportem a eles. Há mais sonhos em vigília que no sono natural. Existem naturalmente diversos tipos de sonhos, mas a grande maioria deles se originam de reflexos psicológicos ou de transformações relativas ao próprio campo orgânico. (Conduta Espírita, cap. 30.)

C. Chamados a depor nos tribunais humanos, como devemos pautar-nos?

Em harmonia com os princípios evangélicos, compreendendo, porém, que os irmãos incursos em teor elevado de delinquência necessitam, muitas vezes, de justa segregação para tratamento moral, do mesmo modo que os enfermos graves requisitam hospitalização para o devido tratamento. Diante das Leis Divinas, somos juízes de nós mesmos. (Conduta Espírita, cap. 31.)

Texto para leitura

257. Perante os sonhos – Encarar com naturalidade os sonhos que possam surgir durante o descanso físico, sem preocupar-se aflitivamente com quaisquer fatos ou ideias que se reportem a eles. Há mais sonhos em vigília que no sono natural. (Conduta Espírita, cap. 30.)
258. Extrair sempre os objetivos edificantes desse ou daquele painel entrevisto em sonho. Em tudo há sempre uma lição. (Conduta Espírita, cap. 30.)
259. Repudiar as interpretações supersticiosas que pretendam correlacionar os sonhos com jogos de azar e acontecimentos mundanos, gastando preciosos recursos e oportunidades da existência em preocupação viciosa e fútil. Objetivos elevados, tempo aproveitado. (Conduta Espírita, cap. 30.)
260. Acautelar-se quanto às comunicações inter vivos, no sonho vulgar, pois, conquanto o fenômeno seja real, a sua autenticidade é bastante rara. O Espírito encarnado é tanto mais livre no corpo denso, quanto mais escravo se mostre aos deveres que a vida lhe preceitua. (Conduta Espírita, cap. 30.)
261. Não se prender demasiadamente aos sonhos de que recorde ou às narrativas oníricas de que se faça ouvinte, para não descer ao terreno baldio da extravagância. A lógica e o bom senso devem presidir a todo raciocínio. (Conduta Espírita, cap. 30.)
262. Preparar um sono tranquilo pela consciência pacificada nas boas obras, acendendo a luz da oração, antes de entregar-se ao repouso normal. A inércia do corpo não é calma para o Espírito aprisionado à tensão. (Conduta Espírita, cap. 30.)
263. Admitir os diversos tipos de sonhos, sabendo, porém, que a grande maioria deles se originam de reflexos psicológicos ou de transformações relativas ao próprio campo orgânico. O Espírito encarnado e o corpo que o serve respiram em regime de reciprocidade no reino das vibrações. (Conduta Espírita, cap. 30.)
264. Paulo recomendou a Timóteo: “E rejeita as questões loucas...” (II Timóteo, 2:23.)

265. Perante a pátria – Ser útil e reconhecido à Nação que o afaga por filho, cumprindo rigorosamente os deveres que lhe tocam na vida de cidadão. Somos devedores insolventes do berço que nos acolhe. (Conduta Espírita, cap. 31.)
266. No desdobramento das tarefas doutrinárias, e salvaguardando os patrimônios morais da Doutrina, somente recorrer aos tribunais humanos em casos prementes e especialíssimos. Prestigiando embora a justiça do mundo, não podemos esquecer a incorruptibilidade da Justiça Divina. (Conduta Espírita, cap. 31.)
267. Situar sempre os privilégios individuais aquém das reivindicações coletivas, em todos os setores. Ergue-se a felicidade imperecível de todos, do pedestal da renúncia de cada um. (Conduta Espírita, cap. 31.)
268. Cooperar com os poderes constituídos e as organizações oficiais, empenhando-se desinteressadamente na melhoria das condições da máquina governamental, no âmbito dos próprios recursos. Um ato simples de ajuda pessoal fala mais alto que toda crítica. (Conduta Espírita, cap. 31.)
269. Quando chamado a depor nos tribunais terrestres de julgamento, pautar-se em harmonia com os princípios evangélicos, compreendendo, porém, que os irmãos incursos em teor elevado de delinquência necessitam, muitas vezes, de justa segregação para tratamento moral, quanto os enfermos graves requisitam hospitalização para o devido tratamento. Diante das Leis Divinas, somos juízes de nós mesmos. (Conduta Espírita, cap. 31.)
270. Nunca adiar o cumprimento de obrigações para com o Estado, referendando os elevados princípios que ele esposa, buscando a quitação com o serviço militar, mesmo quando chamado a integrar as forças ativas da guerra. Os percalços da vida surgem para cada Espírito segundo as exigências dos próprios débitos. (Conduta Espírita, cap. 31.)
271. Expressar o patriotismo, acima de tudo, em serviço desinteressado e constante ao povo e ao solo em que nasceu. A Pátria é o ar e o pão, o templo e a escola, o lar e o seio de Mãe. (Conduta Espírita, cap. 31.)
272. Substancializar a contribuição pessoal ao Estado, através da execução rigorosa das obrigações que lhe cabem na esfera comum. O genuíno amor à Pátria, longe de ser demagogia, é serviço proveitoso e incessante. (Conduta Espírita, cap. 31.)
273. Fechando o cap. 31, André Luiz reproduziu a conhecida advertência feita por Jesus: “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” (Lucas, 20:25.) (Continua no próximo número.)

Marcelo Borela de Oliveira
marceloborela2@gmail.com
Londrina, PR (Brasil)

terça-feira, 15 de novembro de 2016

No juízo final, ovelhas receberão diplomas, mas cabritos tomarão bomba


Os teólogos antigos ensinavam um Deus antropomórfico. E, ao invés de tomarem o atributo de Deus Todo-Poderoso para o amor e para o bem, tomavam-no para o mal, o ódio e a vingança, longe, pois, do Deus Pai amoroso ensinado por Jesus.
Os teólogos, quando se deparavam com uma dúvida sobre uma interpretação bíblica, diziam “isso é perigoso”, isto é, tal interpretação poderia trazer o risco de um castigo de Deus ou da Igreja da época da Inquisição, se ela estivesse contra o sentido verdadeiro da Bíblia ou de algum dogma católico.
E, hoje, a Igreja tem duas correntes, a dos teólogos conservadores e a dos inovadores. Os primeiros ainda mantêm as ideias erradas antigas sobre Deus e o destino ameaçador para os Espíritos humanos. Já a corrente dos inovadores prega uma visão otimista sobre um Deus de amor e de um destino incondicional de felicidade perene para todos os Espíritos humanos. Infelizmente, a maioria dos dirigentes religiosos de outras igrejas cristãs mantém ainda aquela antiga teologia cristã errada e amedrontadora da Igreja do passado. Isso, às vezes, lamentavelmente, como meio de explorarem mais facilmente os seus fiéis. E esses dirigentes religiosos são ajudados por outros que são sinceros, mas que se tornam inocentes úteis daqueles dirigentes exploradores mercenários, prejudicando, assim, a marcha do evolutivo e verdadeiro Cristianismo, que é o de um Deus de amor e não de ódio e de vingança.
É muito conhecida a passagem evangélica da separação das ovelhas dos cabritos (Mateus 25: 32 a 41), no final dos tempos. Trata-se de um dos mais importantes textos figurados dos evangelhos. As ovelhas representam as pessoas vitoriosas, enquanto que os cabritos, as fracassadas, pois não passaram no curso das escolas durante as reencarnações. E, usando ainda uma linguagem escolar, diríamos que elas tomaram bomba!
Para uma corrente católica baseada em doutores em teologia, entre eles o holandês Jonh Kông, da Arquidiocese de Belo Horizonte, o inverno na Palestina é muito forte. As ovelhas, protegidas pela sua espessa camada natural de lã, podem passar, tranquilamente no tempo, as noites frias. Já os cabritos, com sua pele fina, à noite, têm que ser recolhidos nos currais, pois, ao relento, poderão morrer de frio. Os cabritos simbolizam os Espíritos humanos frágeis ou doentes da alma que tomaram bomba, precisando, pois, de uma acolhida especial, enquanto que os verdadeiros cristãos, já libertos espiritualmente, representados pelas ovelhas, não precisam dessa acolhida especial. É isso que Jesus quis dizer com a separação dos cabritos das ovelhas.
Essa passagem nos lembra daquela em que Jesus afirma que os doentes é que precisam de médicos (Mateus 9: 12). Realmente, os cabritos, pela sua natureza de pele frágil para enfrentar o rigor do frio, de algum modo, são doentes. E ela nos lembra também daquela em que Jesus diz que o bom pastor procura a sua ovelha perdida “até que ela seja encontrada” (Mateus 18: 12), ou seja, até que seja salva.
Esses ensinamentos estão de acordo com o que o excelso Mestre nos ensinou: Deus quer que todos se salvem (João 6: 39). E eles se igualam aos da Doutrina Espírita, que prega também a salvação, um dia, para todos os Espíritos.
E quem será totalmente vitorioso? O Deus verdadeiro, o “satanás”, ou os pregadores de um Deus falso, antropomórfico e do terror?

José Reis Chaves

Prof. de português e literatura aposentado formado na PUC Minas / Escritor e jornalista colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte / Palestrante nacional e internacional espírita e de outras correntes espiritualistas / Apresentador do programa “Presença Espírita na Bíblia” da TV Mundo Maior / Participante do programa “O Consolador” da Rádio Boa Nova / Tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, para a Editora Chico Xavier. E autor dos livros, entre outros, "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Editora EBM, SP, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Podem-se ler também as matérias da coluna de José Reis Chaves em O TEMPO, de Belo Horizonte, no seu facebook e no site desse jornal: www.tempo.com.br / Procurar colunistas. No final das matérias, há um espaço para comentários dos leitores, espaço este que se tornou um verdadeiro fórum de religiões. E qualquer um pode deixar seu comentário lá. Se não quiser que seu nome apareça, use um pseudônimo. E seu e-mail nunca aparece lá.
Obs.: Se meus livros não são encontrados em sua cidade, eles podem ser adquiridos diretamente comigo por meu e-mail ou telefone. Telefone: (31) 3373-6870

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segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Reforma íntima, já!


“E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos e orai para que não entreis em tentação”.¹

No Monte das Oliveiras, o crepúsculo anunciava a chegada da noite, momento sublime convidando à meditação. Jesus, na companhia de Simão Pedro, João e Tiago, alcançou o monte para viver a derradeira hora com os discípulos amados. Sabia que ali mesmo seria preso, sentenciado e condenado ao calvário.
Solicitou o Mestre aos companheiros que permanecessem em oração e vigilância, junto com ele, para que tivesse a glorificação de Deus no supremo testemunho. Afastou-se e, colocando-se em prece, a pequena distância, pôde ser observado em toda sua sublimidade por aqueles corações que o ouviam e amavam.
Narra Lucas¹ que, sem motivo que pudesse ser explicado, os três adormeceram no decurso da oração, enquanto Jesus orava fervorosamente, mesmo diante de tão grande dor que se avizinhava.
Pensemos um pouco: O sono, conhecido por nós, é necessário para o refazimento das nossas energias físicas. Ele é indispensável à vida humana a fim de restaurarmos as condições orgânicas para a continuação da nossa vida material. Obviamente o ensino de Jesus não se referia a ele.
Essa passagem evangélica remete-nos, assim, a duas reflexões que devem ser expostas por estarem ligadas à nossa condição atual de eternos aprendizes da Sabedoria Divina. A primeira é uma chamada à conscientização das tarefas que estão sob nossos cuidados. Diz Emmanuel² que o aprendiz do Evangelho deve ser “o campo de trabalho do Reino, onde se esforçará, operoso e vigilante, compreendendo que o Cristo prossegue em serviço redentor para o resgate total das criaturas” – “Nenhuma das ovelhas de meu Pai se perderá”.
Todavia, não ignoramos a presença de inúmeros companheiros – e quantas vezes nós próprios! –com atividades alicerçadas nos ensinamentos cristãos a permanecerem dormindo nas conveniências pessoais, geralmente ligadas a interesses mesquinhos, nas vaidades efêmeras. Os chamamentos transitórios iludem-nos e fazem com que o tempo seja gasto em futilidades. Malbaratamos as oportunidades valiosas que nos são oferecidas para nosso crescimento espiritual e permanecemos voltados apenas para as questões pessoais que nos afetam o cotidiano.
O Mestre fala, então, de um sono diferente. Refere-se o Excelso Amigo ao sono da indiferença, do descaso, do comodismo, da invigilância, diante dos deveres que nos competem.
Com propriedade, ainda, lembra Emmanuel que “falam do Cristo, referem-se à sua imperecível exemplificação, como se fossem sonâmbulos inconscientes do que dizem e do que fazem, para despertarem tão só no instante da morte corporal, em soluções tardias”.² Somos os discípulos de hoje que esquecem o mandato do qual somos portadores, que se inquietam pela rápida execução dos seus desejos e caprichos, procurando aproveitar cada momento da existência como se fosse o último, acreditando que os dias correm depressa demais, sem tempo para tantos prazeres materiais a serem experimentados.
Esquecemos que a vida é eterna e que o tempo no corpo físico, ante essa eternidade, é quase nada. E ao despertarmos no mundo espiritual, obreiros distraídos que somos, os trabalhadores ausentes de suas obrigações, sob a cobrança das próprias consciências, choramos e clamamos pelo reencontro da paz do Cristo. “A minha paz vos dou. Não a paz do mundo, mas a minha paz.”
Assim, como Jesus, ao ver os discípulos dormindo, lhes disse: “Por que estais dormindo? Levantai-vos e orai para que não entreis em tentação”, também o discípulo invigilante ouve, nos refolhos da sua consciência, a voz do Senhor dizendo a Pedro: “Então, nem por uma hora pudeste velar comigo?” ³. E se não conseguimos, ainda, permanecer uma hora com o Cristo, na prática dos seus ensinamentos, como pretender a união com Ele para sempre?
Todo cristão sabe que a Terra só se libertará do império do mal se todos nós, trabalhadores do bem, ajudarmos Jesus com nossos recursos. Mas, para que isso ocorra, Ele precisa de auxiliares que cumpram seus deveres, nas atividades diárias e justas, como exemplos vivos, dando testemunhos em toda parte.
Somos, meus irmãos, os Lázaros modernos a quem o Cristo chama: Acorda! Levanta! Sai!
Acorda para a consciência de que és um ser espiritual, imortal, criado por Deus para viver na plenitude do Seu Amor.
Levanta dessa ociosidade que te prende às algemas materiais, que te limita a mente e te engessa no passado.
Sai do egoísmo que te bitola a visão do cosmo e te faz imaginar que és o centro do Universo.
Sai do “eu” fantasioso e amplia a mente para tudo que esteja ao teu redor, seja estrela, seja homem.
Abandona a velha estrutura que te mantém atado a valores antigos de cor, religião, posição social, e entrega-te a Deus, como ser cósmico que és,ser divino com luz própria e infinitas capacidades de voar para a felicidade plena.
Meus irmãos, Jesus desceu à Terra para deixar uma mensagem que tem, na sua essência, um alerta à necessidade de transformação das nossas predisposições íntimas, em relação à vida, com vistas ao nosso aprimoramento moral e espiritual.
Sem essa modificação, ficaremos, simplesmente, estacionados nos caminhos da vida, convivendo e praticando todas as espécies de vícios, de desregramentos, endurecendo nossos corações aos ensinamentos benditos.
E o maior problema que enfrentamos com esse sono da alma é a nossa imensa disponibilidade para as coisas materiais e a total falta de tempo, vontade, interesse, de disposição, de jeito para as coisas do Espírito. Com uma vida repleta de contradições, com diferentes tipos de sentimentos negativos a fazer morada em nós, é esperado que nos defrontaremos na vida espiritual, quando deixarmos o corpo físico, com as dificuldades de não termos amealhado os tesouros imperecíveis do céu: valores morais, valores perenes.
Dissemos que havia duas reflexões sobre a narrativa de Lucas e Mateus. Vamos encontrar a segunda, num conto de grande beleza,de Humberto de Campos.4 Diz o querido Instrutor Espiritual que, após o episódio do Horto das Oliveiras, onde dormira com seus companheiros – não atendendo ao pedido de Jesus para a oração e a vigilância –, no momento em que o coração amoroso do Mestre mais necessitava de assistência e afeto, João, o filho de Zebedeu, implorava, em lágrimas, que Ele perdoasse seu descuido da hora extrema.
“Certa noite, após as reflexões costumeiras, sentiu ele que um sono brando lhe anestesiava os centros vitais. Como numa atmosfera de sonho, verificou que o Mestre se aproximava. (...) Precedendo suas palavras do sereno sorriso dos tempos idos, disse-lhe Jesus:

– João, a minha soledade no horto é também um ensinamento do Evangelho e uma exemplificação! Ela significará, para quantos vierem em nossos passos, que cada Espírito na Terra tem de ascender sozinho ao calvário de sua redenção, muitas vezes com a despreocupação dos entes mais amados no mundo. Em face dessa lição, o discípulo do futuro compreenderá que a sua marcha tem que ser solitária, uma vez que seus familiares e companheiros de confiança se entregam ao sono da indiferença! Doravante, pois, aprendendo a necessidade do valor individual no testemunho, nunca deixes de orar e vigiar!...” 4
Assim, necessário se faz que, enquanto nos encontrarmos no corpo físico, não durmamos em espírito, desatentos aos convites de Jesus. É fundamental para nossa proteção e sustentação que nos levantemos e nos esforcemos, porque é “no sono da alma que se encontram as mais perigosas tentações, através de pesadelos ou fantasias”.²


Bibliografia:

Texto de apoio para a palestra – Quando Jesus teria sido maior? – Paulo Alves Godoy, 2ª ed., FEESP Editora - Reforma Íntima, Já! 1990 – p. 133 

1 – Lucas, 22:46.
2 – EMMANUEL (Espírito) – Caminho Verdade e Vida – [psicografado por] F.C.Xavier – FEB-Rio de Janeiro/RJ – 17ª ed., 1997 – Lições 87 e 88.
3 – Mateus, 26:40.
4 – CAMPOS, Humberto de (Espírito) – Boa Nova–[psicografado por] F.C.Xavier –FEB – Rio de Janeiro/RJ – 25ª ed., 1999 – Cap. 27.

Leda Maria Flaborea

ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)


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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Desvio de foco


Perguntemo-nos, sem cessar, sobre os objetivos do Espiritismo, para permanecermos como tarefeiros comprometidos com os altos objetivos da presença do Consolador no planeta, que visa – em essência – melhorar nosso padrão moral, estimular a legítima fraternidade na vivência do Evangelho de Jesus e manter o cumprimento das Leis Morais tão bem apresentadas em O Livro dos Espíritos, por meio de criaturas esclarecidas e comprometidas com o bem geral da Humanidade.
Esse questionamento permanente é importante para não desviarmos o foco da tarefa espírita. Os desafios todos, atualmente em curso nas dificuldades do movimento espírita, provém do desconhecimento doutrinário e do uso do ambiente espírita para objetivos incoerentes com a legítima grandeza da Doutrina Espírita. Senão vejamos:

Desviamos o foco quando colocamos em plano secundário o estudo espírita que orienta e esclarece o frequentador, ajudando-o na superação das dificuldades próprias e formando trabalhadores para o bem geral;

Desviamos o foco quando introduzimos práticas estranhas ao Espiritismo, prejudicando o andamento e fluir natural do conhecimento que constrói adeptos esclarecidos que estudam e se esforçam por agir conforme se esclarecem;

Desviamos o foco quando transformamos a tribuna em locais de projeção pessoal ou para defesa de ideias pessoais incompatíveis com a Doutrina Espírita;

Desviamos o foco quando o personalismo nos domine e nos tornamos tiranos na condução das instituições sob nossa responsabilidade, considerando-nos exclusivos detentores da razão e pretensos dominadores da liberdade alheia;

Desviamos o foco quando transformamos nossas instituições em cópias perfeitas de outras práticas religiosas  – embora o respeito que mereçam – por meio de músicas, rituais, gestos, roupas e condicionamentos que tornam os adeptos dependentes de práticas distantes da clareza e naturalidade prática espírita;

Desviamos o foco quando condicionamos a prática espírita em práticas esdrúxulas de rituais, roupas especiais, apetrechos ou utensílios totalmente dispensáveis;

Desviamos o foco quando afirmamos que o estudo é dispensável ou que já sabemos tudo e somente valorizamos o passe ou a reunião mediúnica como, distanciando-nos de outras atividades;

Desviamos o foco quando não valorizamos o movimento espírita e achamos que apenas a “nossa casa” é importante, desvalorizando esforços alheios e permanecendo indiferente com o que outros confrades e instituições realizam;

Desviamos o foco quando nos portamos dependentes das comunicações espirituais, creditando a supostos mentores aquilo que nos compete realizar;

Desviamos o foco quando a vaidade ou a prepotência nos domine;

Desviamos o foco se não prestarmos atenção se o que estamos fazendo, seja em apresentações artísticas, pela música ou teatro, por exemplo, não observamos a coerência doutrinária, que nos pede prudência e respeito pelos próprios postulados do Espiritismo para não cairmos nos caminhos da vulgaridade ou do fanatismo;

Desviamos o foco nas disputas e em discussões absolutamente dispensáveis;
Desviamos o foco quando nossos esforços se concentram mais na obtenção de recursos do que na divulgação, no estudo e na própria vivência espírita.

Tais desvios, gradativamente, levam a deturpações lamentáveis, que causam desunião, afastamentos e graves prejuízos ao real entendimento e autêntica vivência da Doutrina Espírita. Há sempre que se considerar que a CAUSA ESPÍRITA é muito maior que a CASA ESPÍRITA, apesar da importância desta. As casas representam os esforços humanos somados aos esforços dos espíritos e a CAUSA ESPÍRITA é a causa de Jesus, requerendo espíritas conscientes e trabalhadores do bem geral.
Estejamos atentos. O momento que vivemos é grave e decisivo na condução do próprio futuro de todos nós.
Temos nas mãos o tesouro do conhecimento espírita. Como desviá-lo de seus reais e altos objetivos? Assumiremos essa responsabilidade?
Universidade do Espírito, o Espiritismo possui o mais alto grau de sabedoria para nos conduzir com precisão. Substitui possíveis cursos de autoajuda, liberta-nos de condicionamentos, estimula-nos a alegria de viver e motiva-nos ao bem. Como conciliar espíritas tristes, autoritários,  ou casas deprimidas com a grandeza do Espiritismo?
Basta pensar que os desvios citados, entre outros que podem ser acrescentados, representam apenas falta de conhecimento do que seja Espiritismo e sua finalidade.
Vamos estudar? Começando pelas obras básicas da Codificação, que mais que nunca, precisam estar no cotidiano de nossas reflexões para não cairmos no ridículo perante a própria consciência, devido aos desvios que ocasionamos com os nossos descuidos...

Orson Peter Carrara

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Reorganização do blog


Infelizmente já há alguns dias a GOOGLE retirou sem nenhum aviso prévio todos os links que davam acesso a uma infinidade de materiais de vídeo, áudio, bibliotecas da literatura espírita, entre inúmeros outros recursos para estudo sistematizado da doutrina. Nunca houve nenhum impedimento em nível de autorização por parte dos outros sites, somos todos unidos em prol da divulgação, até mesmo a GOOGLE  ainda fornece os mesmos gadgets que eu utilizei para criar a pagina ora referida.
Sendo assim peço desculpas aos que utilizavam esses recursos, estarei verificando uma nova solução para realocá-los, acredito que por ser gratuito este serviço da GOOGLE, eles limitaram a quantidade de espaço, vou reorganizar o blog, mas estarei publicando os artigos semanais.

Sem mais,

Alencar Campitelli